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Jacques Maritain visita Thomas Merton

Maritain e Merton

Thomas Merton e Jacques Maritain encontraram-se duas vezes. O primeiro encontro está relatado na autobiografia de Merton, “A Montanha dos Sete Patamares”:

“Dan Walsh foi aluno e colaborador de Gilson e conhecia bem Gilson e Maritain. De fato, mais tarde ele me apresentou Maritain no Clube Católico do Livro, onde este filósofo tão santo estava dando uma palestra sobre a Ação Católica. Falei apenas umas palavras convencionais com Maritain, mas a impressão que tive desse francês gentil, já encurvado e com muito cabelo branco, foi de grande bondade, simplicidade e piedade. Isto foi o suficiente; não houve necessidade de mais conversa. Saí de lá confortado por haver ainda no mundo gente assim e confiante de que ele me incluiria de alguma forma em suas orações.”


O segundo encontro ocorreu no outono de 1966, quando Merton convidou Maritain para passar alguns dias em Gethsemani. Maritain foi, de alguma forma, um pai espiritual para Merton, especialmente nos anos iniciais de convertido. Os dois trocaram correspondência regularmente desde 1949. Em Maritain, Merton via um ancião capaz de oferecer apoio em sua chegada ao mundo católico.


Sua relação tornou-se especialmente próxima e forte durante os anos 60 - os anos após a morte de Raïssa, esposa de Maritain. Merton sentia grande afinidade para com a dedicação de Raïssa à oração contemplativa. Ele ajudou a divulgar o “Diário de Raïssa” (publicado por Maritain e uma pérola de espiritualidade contemplativa), traduziu e publicou sua poesia.


O livro “Arte e Escolástica”, de Maritain, escrito em 1920, foi sempre um texto-referência para Merton. Enfim, o apoio de Maritain foi essencial para a introdução de Merton ao pensamento católico tradicional.

O segundo encontro ocorreu no outono de 1966, quando Merton convidou Maritain para passar alguns dias em Gethsemani. Maritain foi, de alguma forma, um pai espiritual para Merton, especialmente nos anos iniciais de convertido. Os dois trocaram correspondência regularmente desde 1949. Em Maritain, Merton via um ancião capaz de oferecer apoio em sua chegada ao mundo católico.


Thomas Merton distribui a comunhão para Jacques Maritain, no Mosteiro de Nossa Senhora de Gethesemani, 1966

Sua relação tornou-se especialmente próxima e forte durante os anos 60 - os anos após a morte de Raïssa, esposa de Maritain. Merton sentia grande afinidade para com a dedicação de Raïssa à oração contemplativa. Ele ajudou a divulgar o “Diário de Raïssa” (publicado por Maritain e uma pérola de espiritualidade contemplativa), traduziu e publicou sua poesia.

O livro “Arte e Escolástica”, de Maritain, escrito em 1920, foi sempre um texto-referência para Merton. Enfim, o apoio de Maritain foi essencial para a introdução de Merton ao pensamento católico tradicional.

O encontro de 1966 ocorreu não no mosteiro, mas no eremitério de Merton, uma pequena casa onde ele morava nos campos, rodeado por árvores e uma esplêndida natureza. Maritain foi acompanhado de um grupo de pessoas, entre elas, Padre Dan Walsh, professor de Merton em sua juventude e depois ordenado sacerdote; o mesmo que anteriormente apresentara Maritain à Merton em 1939. A casa de Merton era feita de apenas dois pequenos quartos, uma sala com lareira, uma mesa de trabalho, paredes cheias de fotografias tiradas pelo próprio Merton e muitos, muitos livros. Os campos estavam silenciosos e um ambiente de paz reinava e, de vez em quando, um gamo cruzava a paisagem. O fotógrafo e amigo de Merton, John Howard Griffin, também estava presente e as fotografias que ilustram este post foram tiradas por ele. Merton recebeu Maritain e sua comitiva e Maritain permaneceu sentado numa velha cadeira de balanço, fumando seu cachimbo, próximo à lareira. Merton, como de costume, falou sobre tudo; sobre o Vietnan, sobre a mentalidade americana (os dois eram franceses, Merton apenas de nascimento), sobre Deus, sobre a Eternidade, sobre a Trindade, sobre drogas (eram os anos 60…); enfim, sobre tudo. Sobre a vida em sua totalidade. E Jacques Maritain, octogenário, de repente, tornou-se jovem novamente, como era comum às pessoas que se encontravam com Thomas Merton. Merton leu alguns poemas de Bob Dylan e ouviram algumas canções.

Maritain e Merton



Ps.: Este post foi traduzido e adaptado de dois posts do blog “Louie, Louie” . Acrescentei alguma pouca coisa. 


Texto publicado no antigo site (já offline) O Camponês (www.ocampones.org), em 1º de novembro de 2013.

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