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Pornografia: o cemitério dos relacionamentos

Por Robson Oliveira*

O homem é feito de tal forma, que muito raramente aceita dividir seu amor e sua intimidade com muitas pessoas. E quando o assunto é profundidade e comprometimento afetivo, aí ele normalmente prefere a exclusividade. E sob esse aspecto, ainda menos aceita receber o tratamento que se dá a coisas, quando amores humanos estão envolvidos. Ainda não conheci pessoa que aceitasse e menos ainda que se orgulhasse de ser instrumentalizada e descartada. Esse dado meramente experimental, admito, é completamente contestável e não teria qualquer valor argumentativo, não fosse recepcionado e traduzido de forma brilhante por Bento XVI, na encíclica Deus Caritas Est:

O matrimônio baseado num amor exclusivo e definitivo torna-se o ícone do relacionamento de Deus com o seu povo e, vice-versa, o modo de Deus amar torna-se medida do amor humano1.

Com efeito, o amor de Deus é o arquétipo do amor humano, que é um seu símbolo. Por isso, o amor humano – e especialmente o amor esponsal – aspira por um “para sempre”. Se não, esse relacionamento se coloca no nível do amor erótico, do amor ligado ao mero uso e negócio2. Ora, a rentável indústria pornográfica – o segmento movimenta mais de 20 bilhões de dólares por ano3 – joga densas sombras sobre a exclusividade que os cônjuges prometem oferecer livremente um ao outro. Por essa razão, 1/3 dos relacionamentos entre cristãos termina por causa da ferida aberta pela pornografia. Dois a cada seis matrimônios termina em razão das dúvidas sobre a promessa de cumplicidade e parceria realizada diante de Deus no altar.

Essas são as razões pelas quais chama-se a pornografia de cemitério de relacionamentos. Muitos dos matrimônios atuais cheiram a cadáver e aparentam velórios por causa dessa praga contemporânea.

*Robson Oliveira é professor de Filosofia

1 Bento XVI. Deus Caritas est, 11.

2 OLIVEIRA, Robson. O amor matrimonial aspira por um “para sempre”.

3 KOMARCHESQUI, Bruna. Onda de mortes de atrizes alerta para a desumanização da indústria pornográfica“. Gazeta do Povo.


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